sábado, 6 de outubro de 2007

O CARÁTER DAS PROMESSAS DE DEUS

Lendo o comentário da primeira lição bíblica do 4º. Trimestre/2007, resolvi destacar alguns aspectos das promessas de Deus, e suas relações com o próprio Deus, com a interpretação bíblica e com as promessas não textuais.

Torna-se bastante interessante nesse início de trimestre, uma análise etimológica do termo “promessa”. Para isto, consulte o post INTRODUÇÃO A ETIMOLOGIA DA PALAVRA PROMESSA.

1. PROMESSA E SOBERANIA DIVINA

As promessas de Deus estão fundamentadas em sua Soberania. Segue abaixo algumas definições de Soberania divina:

“Soberania não é uma propriedade da natureza divina, mas uma prerrogativa oriunda das perfeições do Ser Supremo. Se Deus é Espírito, e portanto uma pessoa infinita, eterna e imutável em suas perfeições, o Criador e preservador do universo, a soberania absoluta é um direito seu. A infinita sabedoria, bondade e poder, com o direito de posse que pertence a Deus no tocante às suas criaturas, são o fundamento imutável de seu domínio (cf. Sl 115.3; Dn 4.35; 1 Cr 29.11; Ez 18.4; Is 45.9; Mt 20.15; Ef 1.11; Rm 11.36) .” (HODGE, p. 331, 2001)

“O termo soberania, denota uma situação em que uma pessoa, com base em sua dignidade e autoridade, exerce o poder supremo, sobre qualquer área, em sua província, que esteja sob sua jurisdição. Um “soberano” pois, exerce plena autonomia e desconhece imunidades rivais. Quando aplicado a Deus, o termo indica o total domínio do Senhor sobre sua vasta criação. Como soberano que é, Deus exerce de modo absoluto a sua vontade, sem ter que prestar contas a qualquer vontade finita. Conforme se dá com outras idéias teológicas, o termo não figura nas páginas da Bíblia, embora o conceito seja reiterado por inúmeras vezes. Para tanto, as Escrituras apelam par a metáfora de “governante e súditos [...] (Dn 4.25; 1 Tm 1.25). (CHAMPLIN, p. 242, 2001)

“Autoridade inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, dispondo de tudo de acordo com os seus conselhos e desígnios. A soberania divina está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário – todos precisamos dele para existir; sem Ele, não há vida nem movimento.” (ANDRADE, 265, 1998)

A onipotência, o caráter e a imutabilidade de Deus lhe concedem o poder de fazer suas promessas e cumpri-las. Sua soberania lhe outorga o direito de fazê-las a quem, onde, quando e como quer.

2. PROMESSA E INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Para quem são as promessas escriturísticas de Deus? Para termos uma resposta sem margem de erro, é necessário utilizar-se das ciências da interpretação bíblica. São elas:

- A HERMENÊUTICA: Conforme Bentho (p. 55, 2003) “Hermenêutica é a disciplina da Teologia Exegética que ensina as regras para interpretar as Escrituras e a maneira de aplicá-la corretamente. Seu objetivo primário é estabelecer regras gerais e específicas de interpretação, a fim de entender o verdadeiro sentido do autor ao redigir as Escrituras. É a ciência da compreensão de textos bíblicos.”
- A EXEGESE: Segundo Zuck (p. 21, 1994) “A exegese pode ser definida como a verificação do sentido do texto bíblico dentro de seus contextos histórico e literário. A exposição é a transmissão do significado do texto e de sua aplicabilidade ao ouvinte moderno.”

Tais ciências, no tocante ao conhecimento dos destinatários das promessas, se revestem de singular, notória e inquestionável importância.

É preciso lembra nesse contexto, que é um grande absurdo, e plenamente contrário a seriedade e responsabilidade da aplicação das promessas de Deus, o uso das chamadas “caixinhas de promessas”, que na realidade, deveria ser chamada de “caixinha de bênçãos premeditadas”.

3. PROMESSAS E O DOM DE PROFECIA

Mais complicado e difícil do que interpretar, validar e aplicar as promessas bíblicas é fazer o mesmo com as promessas não textuais, oriundas de profecias (1 Co 12.10, 28, 29; 14.1-5, 29-33).

Toda promessa não textual, precisar estar em conformidade com a palavra de Deus. Deus pode fazer através do “dom de profecia”, promessas específicas para a sua igreja em termos gerais ou individuais nos dias de hoje? Creio que sim. Conforme o próprio comentarista da lição, Pr. Geremias do Couto “Os conceitos expressos em cada uma dessas promessas são válidos para nós, hoje, pois Deus pode e quer tratar conosco segundo os mesmos padrões” ( p. 7, 2007)

Cabe nesse caso, a orientação de Paulo quanto a necessidade de julgar essas profecias (1 Co 14.29)

4. CONCLUSÃO

Concluirei esse breve estudo, com o estribilho do hino 459 da harpa cristã:

“De Deus mui firmes são as promessas, falhando tudo, não falharão; Se das estrelas o brilho cessa, mas as promessas brilharão!

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Bíblia Sagrada (ARA). SBB
- Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R. N. Champlin. Hagnos
- Dicionário Teológico. Claudionor Corrêa de Andrade. CPAD
- Harpa Cristã. CPAD
- Hermenêutica: fácil e descomplicada. Esdras Costa Bentho. CPAD
- Interpretação Bíblica. Roy B. Zuck. Vida Nova
- Lições Bíblicas 4º. Trimestre/2007 (mestre). CPAD
- Teologia Sistemática. Charles Hodge. HAGNOS