sábado, 6 de outubro de 2007

4º Trim./2007 - Licão 1 - I - CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PROMESSAS DE DEUS

Desejo tecer duas considerações importantes sobre as promessas de Deus:

Em primeiro lugar, o que deve nos fascinar em relação às suas promessas é o fato de Ele se obrigar em graça, com o que nos promete.
Não há qualquer obrigação da parte de Deus em cumprir sua promessa em nossa vida, mas Ele faz questão de manter sua palavra. Na sucinta análise etimológica da palavra promessa no original hebraico, eu frisei que Deus manteve-se fiel a Abraão, Isaque e Jacó, mesmo quando já estavam mortos! Lucas registra que Jesus disse que Deus era Deus de vivos e não de mortos, para ele vivem todos (Lc 20:38). Logo, Deus empenha e cumpre sua Palavra, mesmo quando para nós a esperança acabou.

Os modernos movimentos neopentecostais pregam uma reinvindicação de nossos direitos, como se merecêssemos algo da parte de Deus. Se pudesse ser feita uma contabilidade entre nossos pecados e erros e a misericórdia divina, mesmo com nossa resposta positiva à salvação, certamente nenhum saldo positivo sobraria a nosso favor. O perdão que recebemos não foi gratuito, foi pago com a mais cara de todas as moedas. Como Deus sabia que nós não podíamos pagar, lançou na conta de Jesus! Portanto, é uma tendência antibíblica, inspirada por aquele que não sendo nada, desejou ser maior que o Criador.

É lamentável que enquanto precisamos, com urgência, de crentes fascinados com a soberania das promessas divinas, muito estejam exigindo algo a que não têm direito por natureza, mas que Deus dá soberanamente conforme a sua vontade, para alguns.

Em segundo lugar, ainda não sabemos distinguir muito claramente a divisão entre as promessas de Israel e da igreja, nem as promessas do presente e do futuro.
Mesmo inconscientemente, continuamos a clamar por muitas promessas de Israel que jamais se cumprirão na igreja. Questões como um governo teocrático centralizado, de possessão da Terra Prometida, entre outras, devem ser compreendidas no referido contexto. Por que, por exemplo, esta tentativa exarcebada de esmagar a cabeça do Diabo hoje? Paulo, escrevendo aos Romanos, citou o momento histórico-escatólogico no qual tal evento acontecerá (Rm 16:20), mas com certeza não será ontem ou hoje. Fazemos questão de misturar o vindouro com o presente, as promessas para Israel com as da Igreja. Desconfio que algumas supostas promessas não foram ainda alcançadas porque não são para nós!


Precisamos reler a parábola de Mateus 20!